terça-feira, 1 de junho de 2010

Redação científica

Algumas qualidades de um bom texto

A redação de trabalhos acadêmicos e de artigos para periódicos científicos se reveste de algumas características que devem ser obedecidas pelo autor para que a transmissão da informação e a sua compreensão por parte do leitor sejam eficazes.
Alguns dos princípios básicos desta interação que deve existir entre autor e leitor são os seguintes, sem qualquer ordem de prioridade:



1- Clareza de expressão
Tudo que tiver sido escrito deve ser perfeitamente compreensível pelo leitor. Este não deve ter nenhuma dificuldade para entender o texto.
As sentenças estão bem construídas? As idéias estão bem encadeadas? Há uma seqüência adequada na apresentação dos seus resultados e de sua argumentação?
Leia cuidadosamente o que escreveu como se você fosse o seu leitor. Será que ele estará recebendo a mensagem que quer transmitir? Se você “tropeçar” na leitura, pior será com seu leitor.

2- Objetividade na apresentação

Convém escolher criteriosamente o material que será utilizado no texto de uma dissertação, tese ou artigo. Nem tudo que foi observado durante a execução do trabalho ou que foi lido na literatura deverá ser necessariamente relatado ao leitor. Muitas observações talvez tenham sido importantes em uma determinada fase do projeto, mas perderam sua importância. Terminado o trabalho, alguns tópicos talvez acabaram se revelando apenas como tentativas de análises ou de experimentos, mas que terminaram em becos sem saída. Há observações e argumentos que não contribuem com a idéia central do relato e desviam a atenção do leitor para pontos menos importantes.
Selecione a informação que você dispõe e apresente só o que for relevante. O leitor quer um relato lógico, objetivo e, se possível, retilíneo tanto das observações como do raciocínio feitos pelo autor. Isto é ainda mais importante em um artigo, em que a concisão é geralmente desejada pelo periódico e pelo leitor.

3- Precisão na linguagem

A linguagem científica deve ser precisa.
As palavras (e, se for o caso, seus acompanhantes – figuras, gráficos, tabelas) são signos, são símbolos. Por isso elas necessitam ser decodificadas pelo leitor, à medida que este percorre o texto. Será que os signos são facilmente decodificáveis? Muitos signos têm várias possibilidades de decodificação (muitas palavras têm vários significados). Cuidado com termos vagos ou que podem ser mal interpretados. Para o leitor, nada deve ficar obscuro ou subentendido.
As palavras e figuras que entrarão no seu texto devem ser escolhidas com cuidado para exprimir o que o você tem em mente. Os vários sinônimos de uma palavra têm diferenças pequenas e sutis entre si. Você está usando sempre aquele que melhor transmite seu pensamento? Vale a pena pensar em cada uma das palavras a serem usadas no seu texto assim como no conjunto lógico que elas devem irão constituir.

4- Utilização correta das regras da língua

Não é necessário perder muito tempo e espaço com esta recomendação.
Escrever erradamente pode resultar de ignorância ou de desleixo. Se for por ignorância, informe-se melhor, consulte dicionários e textos de gramática. Se for por desleixo, o leitor (e membro da Banca Examinadora) terá todo direito de pensar que o trabalho em si também foi feito com desleixo.
Seja qual for a razão, é um desrespeito ao leitor.

Ao redigir, coloque-se sempre na posição do leitor.

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